sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Níveis de poluição no largo do Toural



Em 2013 foi apresentado pela Universidade do Minho um estudo do nível de poluição no centro de Guimarães. Esse estudo apresenta as diferenças do nível de poluição antes e depois da intervenção urbanística no Largo do Toural e na Alameda S. Dâmaso.

A particularidade deste estudo de compilação de informação quer do volume de tráfego automóvel quer dos níveis de partículas inaláveis e finas, conhecidas por PM10, ajudam-nos a falar com dados concretos sobre o nível de poluição atmosférica do Largo do Toural. O estudo apresenta uma percentagem de >41µg/m3 (maior que quarenta e um microgramas por metro cúbico) de partículas inaláveis e finas, cujo diâmetro médio é inferior a 10 mícron*, que segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) estaria no nível médio, segundo o índice da qualidade do ar. No entanto, o nível médio já é muito preocupante. Segundo a APA, no nível médio “as pessoas muito sensíveis, nomeadamente crianças e idosos com doenças respiratórias devem limitar as actividades ao ar livre.”




Se o parque de estacionamento for construído no miolo do quarteirão delimitado pelas ruas de Camões, Liberdade e Caldeirôa com a entrada prevista pelo Toural, descendo a rua de Camões até à Travessa de Camões, é expectável que o número de automóveis aumente exponencialmente e em consequência o nível de poluição passe de médio para fraco, onde “as pessoas sensíveis (crianças , idosos e indivíduos com problemas respiratórios) devem evitar actividades físicas intensas ao ar livre. Os doentes do foro respiratório e cardiovascular devem ainda respeitar escrupulosamente os tratamentos médicos em curso ou recorrer a cuidados médicos extra, em caso de agravamento de sintomas. A população em geral deve evitar a exposição a outros factores de risco, tais como o fumo do tabaco e a exposição a produtos irritantes contendo solventes na sua composição.”

Conselhos de saúde em função do Índice da Qualidade do Ar

Para concluir, acreditamos que a construção do parque de estacionamento irá contribuir para que a vida quotidiana dos residentes das freguesias da cidade piore substancialmente e sofra um decréscimo do seu bem-estar.

Contrapomos a este projecto, tão pouco sustentável e ecológico, a criação de um jardim público que reponha os espaços verdes que nos forma retirados tão vilmente em 2012. Desta forma, contribui-se não só para o bem-estar mas também para a melhoria da saúde pública, pois, um jardim com árvores e plantas purifica a atmosfera do actual centro de Guimarães.

Notas:
* mícron - unidade de medida de comprimento que corresponde à milésima parte do milímetro.

Aspecto actual do interior do quarteirão delimitado pelas ruas de Camões, Liberdade e Caldeirôa.

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