sábado, 19 de agosto de 2017

Morcegos no interior do quarteirão Camões-Caldeiroa


No interior do quarteirão Camões-Caldeirôa, em Guimarães, existem, provavelmente, várias espécies de morcegos. Nesta publicação mostramos várias fotografias. Faltam estudos de reconhecimento sobre a(s) espécie(s) e sobre os locais de abrigo. Toda a família dos morcegos está protegida pelo Acordo sobre a conservação dos morcegos na Europa através do Decreto 31/95 de 18 de Agosto. Realizado à luz da Convenção de Bona e aplicando-se a todas as espécies de morcegos existentes em Portugal, este Acordo inclui algumas obrigações fundamentais, sendo esperado que se adote e cumpra as medidas legislativas e administrativas necessárias à sua implementação.

O Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus (Eurobats) foi realizado à luz da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migradoras Pertencentes à Fauna Selvagem (Convenção de Bona) aberta para assinatura a 23 de junho de 1979, em Bona.

O Acordo sobre a Conservação das populações dos Morcegos Europeus baseia-se nos seguintes pressupostos:

a) no reconhecimento do estatuto de conservação desfavorável dos morcegos na Europa e nos Estados não europeus da área de distribuição, e em particular a séria ameaça que sobre eles paira decorrente da degradação do habitat, da perturbação dos abrigos e de certos pesticidas; e
b) na consciência de que as ameaças que os morcegos enfrentam na Europa e nos países não europeus da área de distribuição são comuns tanto a espécies migratórias como não migratórias e de que os abrigos são partilhados frequentemente por espécies dos dois tipos.

São obrigações fundamentais deste Acordo:
1 - proibição da captura deliberada, aprisionamento e morte de morcegos;
2 - identificação dos locais importantes para o estatuto de conservação destes animais;
3 - conservação dos habitats importantes;
4 - tomada de medidas para promover a conservação destas espécies e consciencializar o público; e
5 - desenvolvimento de programas de investigação.

A complementar este texto deixamos aqui uma ligação a literatura que diz respeito à relação das cidades com os abrigos dos morcegos. Pedimos desculpa pelo texto ser em inglês. 
Chamamos particular atenção para o ponto 6 do artigo que foca a atenção na relação dos morcegos com os edifícios Património da Humanidade.


Fontes:
ICNF
UNEP/EUROBATS Agreement on the Conservation of Populations of Europeans Bats
EUROBATS - Publication series n.º 4


Mais fotos dos morcegos do interior do quarteirão:














Também deixamos aqui um vídeo com a alegria do contacto com os morcegos.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Proposta Zona de Couros como Património Cultural da Humanidade




"La ocupación del territorio tiene la lógica de lo físico, de lo ambiental y de lo histórico. Bajo estas consideraciones se decanta el patrimonio cultural y una forma de vida vinculada a las relaciones de trabajo y al aprovechamiento eficiente de los recursos disponibles en el entorno próximo y lejano.
Llama la atención que en la ocupación del territorio, no se aprecie el predominio de manchas compactas de edificaciones, como sucede en la mayor parte de los países europeos; por el contrario, los caminos, no las plazas ni los espacios públicos, aparecen como las líneas estructurantes del caserío, de forma similar a lo que sucede en la Europa medieval."


Anexo IV . Guimarães Patrimonio de la Humanidad.
El agua, la Penha y el Couros.
Jorge Benavides Solís (Doutor Arquitecto)
(http://www.cm-guimaraes.pt/…/write…/document/5634/Anexo4.pdf)

Este excerto foi retirado da proposta de inscrição que visa a classificação da Zona de Couros como Património Cultural da Humanidade, alargando a área actualmente classificada - “Centro Histórico de Guimarães” - e redefinindo os limites da zona tampão de protecção à(s) área(s) classificada(s). (http://www.cm-guimaraes.pt/pages/1206).

A construção do parque de estacionamento Camões-Caldeirôa vai destruir a possibilidade de obter essa classificação por várias razões: a relação de necessidade entre a indústria de curtumes e a água vai deixar de ser visível; o património industrial que se foi desenvolvendo no século XX no interior do quarteirão, primeiro com a indústria de curtumes e depois com a tecelagem e tinturaria oferecem o contexto arqueológico aos tanques de curtimenta existentes. Nestes dois casos o parque de estacionamento apagará todo o cadastro territorial da zona. Será um apagamento histórico não só dos edifícios mas também da memória colectiva da cidade.
A ampliar a perda arqueológica também se destruirá a relação de relativa harmonia entre a flora e fauna dependente do solo permeável da zona. A título de exemplo, referimos a grande quantidade de morcegos, pardal-comum e andorinhão-preto, todos insetívoros.