sábado, 4 de fevereiro de 2017

Opinião de um arquitecto e urbanista vimaranense

 
Futura entrada do parque (traseiras da Caixa Geral de Depósitos)


As opiniões contra a construção do parque de estacionamento Camões/Caldeiroa vêm de vários lados. Aqui vai o comentário do arquitecto Sérgio Bastos:

"Eu só conheço uma entrada na Caldeiroa por baixo de um edifício e dizem que na viela destruirão um edifício (antiga fábrica) hoje atelier de artistas que ali produzem arte e têm os seus postos de trabalho. Dizem-me que vão amputar o tecido urbano (duas casas) na travessa de Camões, por trás da CaixaGD para outra entrada/saída !

Para já o grande problema é a sua localização que põe em causa um pulmão da cidade e como consequência a qualidade do ar que respiramos enquanto caminhamos a pé e eu caminho muito a pé e conheço muito bem a cidade…a pé (ao contrário de muitos urbanistas que desenham a nossa cidade) e dos residentes! Além do ruído e a trepidação para os edifícios do centro histórico! 

Mas o problema não é só destas “entradas no quarteirão”, que são já de si acessos péssimos – ruas inclinadas e estreitas, mas os verdadeiros acessos ficam muito, mesmo muito distantes do parque de estacionamento - central de produção de dióxido e monóxido de carbono - ter-se-á que percorrer centenas de metros para lhe aceder !!!…ficam em S. Lázaro na entrada da rua D. João I, na entrada da rua da Cruz de Pedra, ou rua da Liberdade, ou ter que ir e passar pelo Toural…etc. etc

Para mim as entradas bem pensadas são nas entradas e saídas para a circular urbana e é onde devem ser feitos os parques de estacionamento e complementados com pequenos veículos ( eléctricos melhor e a capital verde exige) que circulem na cidade para quem não pode andar a pé e deslocar-se 1000 metros que é o diâmetro da cidade.
Agora, fazer parques de estacionamento no coração da cidade?! Só de “pensadores” do séc XX podem sair ideias destas…absurdas, contrárias ao exigível e beneficiar o automóvel em detrimento das pessoas!!!

Por outro lado, este presidente foi à Associação de Municípios do Vale do Ave –corrige –me se não estou certo - e declarou que queria uma espécie de combóio ou metro que os ligasse a todos! Muito bem, excelente! 

Não deveria pensar no plano e nas respetivas estações (com discussão pública, claro - que não está habituado a fazer - e deixar de lado estas investidas de parques de estacionamento automóvel em tudo que é sítio? Campo da feira, Alameda…Acho que deve ser por ser ano de eleições que as mentes andam muito borbulhantes e pouco coerentes!"

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