segunda-feira, 20 de novembro de 2017

"MURALHA - associação de Guimarães para a defesa do património assume posição contra construção de novo parque de estacionamento"

Hoje, a Muralha, associação de Guimarães para a defesa do património, apresentou um comunicado em que marca a sua posição contra a construção do parque de estacionamento de Camões.




A notícia saiu no Guimarães Digital:

"MURALHA - ASSOCIAÇÃO DE GUIMARÃES PARA A DEFESA DO PATRIMÓNIO ASSUME POSIÇÃO CONTRA CONSTRUÇÃO DE NOVO PARQUE DE ESTACIONAMENTO
20 DE NOVEMBRO, 2017 11:37

A Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património veio a público anunciar que "não lhe parece adequado às necessidades da comunidade e à estratégia de valorização do património Histórico de Guimarães a construção do Parque de Estacionamento da Caldeiroa".

Em comunicado, a Instituição vem "partilhar a opinião de que processos sensíveis como este, tendo em conta o reconhecido percurso de Guimarães ao nível da preservação e estudo do seu património, deveriam ter merecido uma efectiva discussão pública. Independentemente da legitimidade política de quem toma as decisões para as quais foram mandatados, a participação pública ajuda a perspetivar alternativas e a escolher as melhores opções. Tal processo, a ter existido, contaria certamente com a nossa participação",

"Mesmo assim é nossa opinião de que os responsáveis políticos deveriam apostar em optimizar os parques de estacionamento já existentes e criar, quando necessário, novos parques de menor dimensão, enquadrando e harmonizando o confronto das circulações pedonal e mobilizada, assentes na procura de proximidade, e disseminados pela cidade e respectivo perímetro urbano, que pudessem servir a população local/residente sem a concentração excessiva de automóveis numa única área. A distribuição de pequenos parques respeitantes das características e necessidades zonais em articulação com o delicado tecido urbano vimaranense seria, do nosso ponto de vista, a estratégia adequada", refere o comunicado.

"Tratando-se, hoje, de uma cidade reconhecida internacionalmente pelo seu património histórico (considerando, sempre e também, o seu carácter social e comunitário), é ainda entendimento da Muralha que a pressão que atualmente se sente pela elevada procura de Guimarães enquanto destino turístico pode comprometer, num futuro próximo, e à imagem do que acontece noutras cidades, o equilíbrio urbano da própria cidade. Os ganhos económicos que uma crescente procura traz e a tendência para uma pedonalização intensiva e excessiva do centro histórico de Guimarães, embelezando-o através da ausência falsa de automóveis mas dificultando a fixação de população permanente (e não somente temporária), é uma tendência – e um erro – que devem ser atempadamente discutida e, sobretudo, evitada", continua.

"Para a Muralha é igualmente importante preservar o património edificado a par do património social, implementando políticas para que o centro e o coração da cidade sejam capazes de fixar e atrair população permanente e variada e não somente populações de perfis únicos. O combate ao despovoamento do centro da cidade é, para nós, uma das mais urgentes prioridades", sustenta a Associação.

"Sabendo que a cidade de Guimarães terá sido pioneira quando, entre 1979 e 1982, se propôs estudar e implementar um Plano Geral de Urbanização atento e cuidado a várias frentes, liderado pelo Arq. Fernando Távora, e que permitiu entretanto classificar o seu Centro Histórico como Património Cultural da Humanidade (2001), valerá a pena reconhecer que uma cidade que se revê na sua história e no seu património também se revê nas suas gentes. Ora, é dessa visão e capacidade partilhadas que necessitamos novamente para não cometer o erro, que outros continuam a cometer, e que resulta no despovoamento e na descaracterização dos lugares da cidade, transformando-a em mero “postal” de casas progressivamente sem habitantes locais, apesar de sazonalmente animada por visitantes ocasionais", manifesta a Muralha, afirmando a sua convicção de que "urge uma discussão forte e participada sobre o tema da mobilidade em Guimarães e sobre as estratégias que envolvam um futuro da cidade em respeito pelo seu património".

"A Muralha empenhar-se-á em procurar parceiros e criar condições para que essa discussão, atempadamente, se faça", conclui o comunicado.

Em declarações à Rádio Santiago, o Presidente da Muralha, Rui Vitor Costa, considera que a construção do Parque constitui um erro, realçando que a associação tinha a obrigação de se pronunciar e, só não o fez antes, devido ao calendário autárquico."




FONTE:

Notícia do Guimarães Digital, aqui.

Reflexo Digital, aqui.
Mais Guimarães, aqui.