quinta-feira, 20 de abril de 2017

6ª Assembleia Popular da Caldeiroa

A 6ª Assembleia Popular da Caldeiroa vai decorrer no próximo Sábado, dia 22 de Abril, às 16:00, na travessa da Caldeiroa (lugar do Olival). A assembleia é aberta a toda a comunidade. A participação é gratuita e a participação voluntária.


Enviamos a seguinte carta a todos moradores das ruas D. João I, Dr. Bento Cardoso, Camões, Liberdade e Caldeiroa:

Caro morador e/ou cara moradora,

Motivados por preocupações de saúde pública e de qualidade de vida, motivados, também, pela protecção do património arqueológico industrial e ecológico, vimos por este meio apresentar o que consideramos ser um crime contra as pessoas, que trocadas por um parque de estacionamento, terão de suportar o aumento do trânsito nas ruas D. João I, Dr. Bento Cardoso (Dominicas), Liberdade, Camões e Caldeiroa e o que de prejudicial daí advém.

Neste momento, o executivo camarário, sem ter em conta os moradores, planeia construir um parque de estacionamento para mais de 500 automóveis, que ocupará mais de metade da área do interior do quarteirão delimitado pelas ruas Camões, Caldeiroa e Liberdade. Como os carros não chegam ao interior deste quarteirão pelo ar ou por túneis subterrâneos, estes terão de atravessar várias ruas até chegarem ao parque de estacionamento.

Sem saber pormenores sobre o projecto do parque de estacionamento, vários proprietários fizeram enormes esforços financeiros na requalificação para valorização do seu património com perspectivas de tirar rendimentos no futuro (quer pela venda, quer pelo arrendamento).

O aumento de trânsito automóvel nas várias ruas de acesso ao parque vai, certamente, pôr em causa a saúde pública, quer pelos gases libertados, quer pelos maus cheiros e quer pela trepidação sentida. Também se sabe que o restauro e recuperação dos edifícios no Centro Histórico obedecem a normas que são inconciliáveis (isolamentos e caixilharias) com vias de circulação automóvel permanente.

Segundo informações da Câmara Municipal, uma das entradas do parque de estacionamento é pela Travessa de Camões, logo, os automóveis para lá chegarem terão de percorrer as ruas da Liberdade e de Camões, num dos casos, ou percorrer as ruas D. João I, Dr. Bento Cardoso (Dominicas) e de Camões.

As casas que terão o parque de estacionamento nas traseiras ficarão com uma “fábrica” de produção de monóxido de carbono. A exposição visual a partir dos miradouros na cobertura do edifício trará perda de privacidade e potenciará a insegurança nos pátios e traseiras dos edifícios. O parque funcionará 24h/dia e, com isso, o barulho e a iluminação serão permanentes. O parque será constituído por vários pisos subterrâneos e outros à superfície, e para a sua construção será necessário o movimento de terras massivo, rebentamentos de granito e consequente circulação de camiões de grande porte, aumentando a degradação dos edifícios circundantes.

Quem quer morar ou comprar casa nestas ruas, nestas condições?

No entanto, actualmente, o interior do quarteirão Camões-Caldeiroa-Liberdade é constituído pela riqueza ecológica com as várias linhas de água subterrâneas, com as hortas e quintais, alguns deles, com árvores de grande porte, como uma palmeira com cerca de 200 anos; e pela riqueza do património arqueológico da indústria de curtimento de peles, que em prolongamento da zona de Couros, tem grande valor cultural para o Centro Histórico. Assim, contamos com a vossa presença para apresentarem a vossa opinião sobre o quarteirão e qual a vossa proposta para o melhoramento do mesmo.

As vantagens da não construção do parque de estacionamento são muitas e vão ser discutidas no próximo Sábado, dia 22 de Abril, às 16:00, na 6ª Assembleia Popular da Caldeiroa, a decorrer na travessa da Caldeiroa (lugar do Olival).

Contamos com a sua presença.

Cordialmente,


Assembleia Popular da Caldeiroa