quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Prédio "de gaveto" invisível ao parecer da DCH

No dia 27 de Outubro de 2017, o Município de Guimarães divulgou uma série de documentos "essenciais" sobre o projecto do parque de estacionamento de Camões, dos quais destacamos este:

Este parecer da Divisão do Centro Histórico (DCH) da Câmara Municipal de Guimarães não revela qualquer aspecto sobre a demolição dos edifícios da Travessa de Camões, na linha da frente da zona Especial de protecção da área classificada como Património Cultural da Humanidade.
As questões a colocar são as seguintes: 
A DCH sabia que os edifícios da Travessa de Camões seriam demolidos? Qual é o padrão utilizado para a protecção do património edificado de Guimarães, no centro histórico? Ou será irrelevante demolir estas duas casas, um prédio "de gaveto" (muito bonito) e outro com particularidades arquitectónicas?



O parecer da DCH apresentado publicamente tem data de 15 de Maio de 2016. No entanto, tivemos acesso a um texto da mesma Divisão de finais de Maio de 2015 em que apresentava muitas reticências em relação ao projecto do parque de estacionamento de Camões. Transcrevemos o conteúdo:

Registos nos:
Departamento das Obras Municipais (DOM) e Divisão do Centro Histórico (DCH)

"A operação urbanística localiza-se na Zona Especial de Protecção da área Classificada como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO(...) Do ponto de vista urbanístico, não revelando mais o nosso entendimento sobre o assunto, anteriormente assumido, mas tendo em consideração a posição já assumida pelo Município de Guimarães de concretização de um parque de estacionamento automóvel de grande escala, atendendo a dimensão da cidade e tendo em consideração o parecer da DRCN, consideramos que:

(...) preocupação no que concerne à livre circulação das das águas subterrâneas e índice de impermeabilização apresentado;

Mantemos a nossa apreensão relativamente ao impacto do idifício com os logradouros e edificações existentes (...);

(...) louvamos a supressão do edifício de similar de hotelaria (...)"

Não precisamos de muita literatura para perceber que havia oposição ao gigantesco parque de estacionamento de Camões entre os departamentos da CMG.
Em Março de 2011, a pedido do Departamento de Projectos e Planeamento Urbanístico (DPPU), a DCH apresentou uma proposta de um parque de estacionamento no interior do quarteirão Camões-Caldeirôa com capacidade de 75 lugares. Significa que esta proposta da DCH sustenta o argumento de que a fazer um parque de estacionamento no interior do quarteirão deveria ser o menos intrusivo possível para o contexto do edificado (prédios e logradouros).

Porquê que agora se está a construir um parque de estacionamento para quase 500 automóveis? Quando é que aparece a referência da necessidade de um parque de estacionamento de 500 lugares?

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